Orientação para leitura de textos I
Disciplina: Língua Portuguesa/Literatura
Ciclo: Ensino Fundamental - 1ª a 4ª
Assunto: Leitura e compreensão de textos
Tipo: Metodologias
Nas atividades de leitura e compreensão de textos, é preciso estar atento para dois tipos fundamentais de atividades: as que tematizam o processo de leitura e as que buscam o produto do processo de leitura e compreensão do texto.
No primeiro caso, é necessário que a ativação de conhecimentos prévios aconteça. Nos dois casos, é preciso que as questões apresentadas para o desenvolvimento da atividade (estratégias de leitura) não estejam apenas relacionadas à localização de informações no texto, mas que permitam a realização de antecipações e inferências, seguidas de verificação das mesmas.
Dessa forma, antes de propor a leitura de um texto, é preciso ter uma conversa com os alunos, para levantar os conhecimentos que eles já têm sobre o assunto. Esse levantamento possibilita uma leitura mais fácil e aprofundada do texto.
A partir da leitura do título do texto e da articulação dessa informação com outras como autoria, fonte e características do gênero, é importante solicitar aos alunos que realizem antecipações do que irão encontrar no texto. Por exemplo:
Considerando que o título do texto é “A Princesa e as Ervilhas”, que tipo de assunto você acha que o texto abordará?
Você acha que será uma história, uma notícia, um poema...?
Sabendo que quem o escreveu foi o mesmo autor de “Chapeuzinho Vermelho”, você mantém suas respostas anteriores ou as modifica? Por quê?
E sabendo que ela foi publicada em um livro cujo título é “Um Tesouro de Contos de Fadas”, que hipóteses levantadas até agora você mantém?
Durante a leitura, é preciso que sejam explicitados as pistas e os procedimentos utilizados pelos diferentes leitores (os alunos) que possibilitaram determinadas compreensões. Para tanto, é importante que sejam feitas questões ao longo da leitura para propiciar inferências e antecipações, assim como a verificação das mesmas a partir de pistas lingüísticas. Por exemplo:
Você acha que a Chapeuzinho Vermelho irá seguir o caminho da floresta ou o caminho do rio? Por quê?
Você acha que o lobo irá conseguir realizar o seu intento? Por quê?
Por que esse fato - o da proibição da utilização das rocas em todo o reino (em “A Bela Adormecida”) - foi mencionado agora, logo no começo da história?
Será que o príncipe irá encontrar a princesa? Por quê? O que faz você pensar assim?
No que se refere ao produto do processo de leitura e compreensão do texto, as questões devem estimular os alunos a realizarem inferências e reconstrução de informações de trechos do texto e não apenas a localização de informações. Por exemplo:
Quais fadas estiveram no batizado/nascimento da Bela Adormecida?
De que animal o caçador retirou o coração para enganar a rainha (em “Branca de Neve”)?
Inferência: que sentido faz descobrir que a princesa identifica um grão de ervilha colocado embaixo dos colchões (em “A Princesa e a Ervilha”)?
Reconstrução de informações: por que o lobo conseguiu chegar à casa da vovó antes de Chapeuzinho?
Esses tipos de questões e estratégias de leitura podem levar à compreensão efetiva do texto.
Texto original: Kátia Lomba Bräkling
Edição: Equipe EducaRede
Orientação para leitura de textos II (1ª a 4ª série)
Disciplina: Língua Portuguesa/Literatura
Ciclo: Ensino Fundamental - 1ª a 4ª
Assunto: Leitura de textos
Tipo: Metodologias
Um leitor lê do mesmo jeito um anúncio de jornal e uma carta de uma amiga?
Se observarmos a nossa própria leitura, perceberemos que não lemos todo texto da mesma forma. Nem lemos um texto conhecido, em momentos diferentes, da mesma maneira: o que define as leituras, ou seja, os sentidos que vamos construir a respeito do texto, são as finalidades que temos ao ler esse ou aquele texto, determinando procedimentos diferentes para as mesmas.
Desse modo, quando se realiza uma leitura, adotamos procedimentos diferentes que dependem do motivo pelo qual escolhemos esse ou aquele texto para ler. Quer dizer: se estivermos estudando mamíferos, buscaremos no texto informações que nos possibilitem compreender o que são mamíferos; dessa forma, realizaremos uma leitura extensiva do texto, buscando tais informações.
Se, ao contrário, estamos procurando uma informação específica sobre a capacidade de adaptação dos mamíferos ao meio ambiente, apenas esse tópico nos interessará e, na leitura, realizaremos uma seleção das informações, descartando todas as que não se referem especificamente a esse tópico.
Se lermos a descrição de um imóvel com a finalidade de comprá-lo, certamente nos interessará os aspectos relacionados às condições do imóvel, sua localização, acabamento, tamanho, tipos de cômodo, preço etc. Se, ao contrário, lêssemos a mesma descrição, porém interessados em montar um escritório, os aspectos que nos chamariam a atenção seriam aqueles relativos às facilidades para entrar e sair do imóvel, à existência de vizinhos, comércio e sistema bancário por perto.
Se procurarmos informações sobre um determinado tópico em um livro ou revista não conhecido, certamente nos dirigiremos ao índice, à orelha, ao prefácio, ou a todas essas partes, à medida que quiséssemos confirmar expectativas.
Se fizermos uma leitura de revisão de texto, aspectos relacionados à legibilidade do texto, às escolhas lexicais, por exemplo, ficarão mais evidentes. Se lermos um texto para montar um determinado aparelho, a leitura será meticulosa, passo a passo. Ao contrário, se lemos uma bula de remédio, apenas a parte que para nós é inteligível é que será objeto de nossa atenção.
Dessa forma, é recomendável que esses procedimentos de leitura sejam objeto de ensino: é preciso que as finalidades para as leituras propostas em sala de aula sejam apresentadas aos alunos de forma clara e distinta. Além disso, é fundamental que essas diferenças entre os procedimentos e, portanto, entre as compreensões decorrentes desses procedimentos, sejam abordadas.
Texto original: Kátia Lomba Bräkling
Edição: Equipe EducaRede
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