A leitura
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A leitura, que é um testemunho oral da palavra escrita de diversos idiomas, com a invenção da imprensa, tornou-se uma atividade extremamente importante para o homem civilizado, atendendo múltiplas finalidades.
Podemos vincular o conceito de leitura ao processo de letramento, numa compreensão mais ampla do processo de aquisição das habilidades de leitura e escrita e principalmente da prática social destas habilidades. Deste modo, a leitura nos insere em um mundo mais vasto, de conhecimentos e significados, nos habilitando inclusive a decifrá-lo; daí a noção tão difundida de leitura do mundo.
A escrita deve ter um sentido para quem lê, pois saber ler não pode ser representar apenas a decodificação de signos, de símbolos. Ler é muito mais que isso; é um movimento de interação das pessoas com o mundo e delas entre si e isso se adquire quando passa a exercer a função social da língua, ou seja, quando sai do simplismo da decodificação para a leitura e reelaboração dos textos que podem ser de diversas formas apresentáveis e que possibilitam uma percepção do mundo.
Segundo Fanny Abramovich, é por meio de narrativas que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, de outra ética, outra ótica... É ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula... Porque, se tiver, deixa de ser literatura, deixa de ser prazer e passa a ser Didática, que é outro departamento (não tão preocupado em abrir as portas da compreensão do mundo).
Dois bons motivos para se ler (entre tantos outros):
É uma atividade básica na formação cultural da pessoa. Além disso, é uma excelente atividade de lazer. A leitura de uma narrativa bem urdida, de um conto, de uma crônica e de diversos outros gêneros literários constitui uma valiosa atividade a ser incluída em nossos momentos de lazer.
Ler é benéfico à saúde mental, pois é uma atividade neuróbica. A atividade da leitura faz reforçar as conexões entre os neurônios. Para a mente, ainda não inventaram melhor exercício do que ler atentamente e refletir sobre o texto.
COMO DESPERTAR NA CRIANÇA O INTERESSE PELA LEITURA
A leitura não é apenas uma das ferramentas mais importantes para o estudo e o trabalho, é também um dos grandes prazeres da vida. Num mundo onde cada vez mais os meios de comunicação dominam o interesse das novas gerações, os pais freqüentemente se preocupam em criar nas crianças hábitos de leitura.
As bibliotecas desempenham um papel importante no interesse das crianças pela leitura. (Maurilo Clareto/AE)O ensino da leitura para crianças pequenas tem sido um tema polêmico. Alguns professores entendem que os ensinamentos domésticos podem interferir nos sistemas escolares. Sem dúvida, hoje está plenamente aceito o fato de que pais e professores dividem a responsabilidade pela educação. De maneira nenhuma se pretende que os pais cumpram a função dos professores, porque não têm a capacitação necessária para ensinar a seus filhos as técnicas básicas. O resultado poderia confundir a criança, que não saberia bem que instruções seguir e isso a faria sentir-se tensa e resistente à leitura. Temos que lembrar que a tensão e o nervosismo são inimigos da aprendizagem. Primeiro passo - Algumas crianças demostram resistência a leitura. Nesse caso, os pais devem investigar se existe alguma razão especial que motivou esse comportamento. A criança é inquieta demais e tem dificuldade para se concentrar? Rebela-se contra o que considera uma ampliação de suas tarefas escolares? Recebeu na escola a preparação necessária? Os pais demonstram suficiente interesse pela leitura? A criança resiste a ler qualquer livro ou demonstra interesse por algum tipo de leitura? A criança tem algum problema emocional? Determinar a origem do problema será o primeiro passo para resolvê-lo.
Os primeiros livros - É aconselhável dar ao pequeno leitor livros simples e curtos. As crianças que são resistentes à leitura costumam contar as páginas de um livro e desanimam ao pensar que a leitura pode lhes tomar muito tempo. Os livros ilustrados ajudam muito a atrair o interesse imediato da criança. Livros com pouco texto, de preferência com letras grandes, e uma grande quantidade de ilustrações são ideais para que as crianças se iniciem na leitura. Geralmente, as crianças preferem livros com poucas narrativas e muitos diálogos. Nesse sentido, os livros de aventura, em que há muita ação, são mais adequados. Algumas histórias de detetives são também muito indicadas porque se parecem com alguns programas de televisão familiares à criança.
Bibliotecas e feiras de livros - As bibliotecas desempenham um papel importante no interesse das crianças pela leitura. Em alguns países, as bibliotecas têm grandes seções dedicadas a literatura infantil, com móveis especialmente desenhados e estantes com altura adequada, permitindo que as crianças escolham livremente o livro que desejam. Em outros países, as bibliotecas não contam com as mesmas facilidades e dificilmente uma criança se sentirá motivada a ler. Apesar disso, é importante que as crianças saibam para que serve uma biblioteca e, se possível, que estejam inscritas numa biblioteca próxima de casa.
Com as livrarias acontece algo parecido. Existem muito poucas dedicadas à literatura infantil e as grandes livrarias, muito freqüentadas pelos adultos, têm uma seção muito pequena dedicada às crianças, ou simplesmente não têm nenhuma. No entanto, as feiras de livros infantis são bem aceitas pelo público. A visita a uma dessas feiras motivará a criança a estabelecer uma boa relação com os livros, que será mantida durante toda a sua vida. Oficinas e palestras costumam ser atrações especiais nesse tipo de feira que também expõem os catálogos completos das editoras que publicam livros infantis e das novidades editoriais neste campo.
É possível conseguir bons livros infantis em edições relativamente baratas. Pode-se comprar uma certa quantidade de livros em edições simples, ou comprar um número menor de livros em edições caras e primorosas. É impossível comprar todos livros que as crianças querem, mas é possível ensinar-lhes a escolher quais são os mais importantes e interessantes.
Ajude seu filho a formar sua própria biblioteca - É uma boa idéia estimular as crianças a formarem suas próprias bibliotecas - que podem ser compartilhadas com seus irmãos e amigos - e a colaborar, sempre que possível, com a biblioteca da escola. Comentar uma determinada leitura com outras crianças pode ser uma atividade interessante, da qual podem surgir novos interesses que levem, por sua vez, a novas leituras.
Alguns pais acham positivo ler os mesmos livros que seus filhos e comentá-los com eles. Isso não apenas estimula a criança a ler, como também estimula a comunicação entre pais e filhos.
Procure fazer com que a criança acumule experiências que a motivem a ler - Ajudar a criança a acumular experiências relacionadas à leitura a motivará a seguir em frente. Se, num programa de televisão, um livro famoso é mencionado, por exemplo, A pequena sereia, seria interessante dar-lhe de presente esse livro de Hans Christian Andersen.
Devemos nos lembrar que não existem apenas livros de literatura. É importante que a criança conheça, desde pequena, a variedade de gêneros disponíveis. Alguns livros de história para crianças (sobre os egípcios, os gregos e os romanos, por exemplo) podem ser muito didáticos - se elaborados com parágrafos curtos e muito bem ilustrados. O mesmo acontece com alguns livros sobre ciência, que incluem experiências ou atividades. Esse tipo de leitura pode despertar o interesse das crianças por assuntos antes desconhecidos e que podem ser aproveitados na escola.
Alguns livros de histórias sugerem aos pais atividades para serem desenvolvidas com os filhos quando terminar a leitura. Pode-se, por exemplo, fazer um passeio no qual a criança anote as formas que vê e as cores da natureza. Pode vir uma receita típica de algum país, alguma experiência científica simples etc. Tudo isso motivará a criança a ler mais, para depois dedicar-se às atividades relacionadas com as experiências que fez.
Leia para seu filho - A leitura em voz alta pode ser muito importante para motivar seu filho. Além disso, é uma oportunidade para que a criança saiba o que você considera benéfico ou importante. Pode-se ler com ela, por exemplo, uma versão do Dom Quixotepara crianças, histórias de aventuras ou lendas de sua cidade ou país. Qualquer assunto pode ser bom para que você e seu filho passem alguns momentos juntos. Talvez a hora mais adequada para ler para ele seja antes de deitar-se. É importante respeitar o horário escolhido para formar o hábito. Se houver filhos de várias idades, é uma boa idéia escolher livros sobre mitos e lendas, ou talvez algum livro de aventuras, como os de Júlio Verne. Embora seja aconselhável que os pais escolham os livros, não se deve forçar as crianças a lerem o que não querem. Algumas crianças, desde cedo, se sentem inclinadas a ler autores clássicos, embora em adaptações infantis, ao passo que outras resistem a esse tipo de livros. O importante é que a criança adquira o hábito da leitura. Deve-se respeitar a personalidade e os gostos da criança. Não é bom criticar as preferências das crianças em matéria de livros. É importante lembrar que nem todas as crianças têm o mesmo grau de maturidade, a mesma disposição ou o mesmo grau de sensibilidade e de interesses. Posteriormente, será mais fácil orientá-la para que aprecie uma boa leitura. É tarefa dos pais e professores fazer com que as crianças tenham, ao alcance da mão, livros de boa qualidade, de maneira que possam se acostumar à boa literatura. Uma vez que a criança tenha desenvolvido o interesse pela leitura, é pouco provável que o perca, especialmente se tiver adquirido desde cedo o hábito de ler. Embora desenvolva outros interesses e algumas vezes não tenha muito tempo para ler, cedo ou tarde a criança retomará o hábito da leitura.
É importante que os pais participem com as crianças e, principalmente, que lhes dêem o exemplo. As crianças cujos pais lêem certamente também o farão. Uma boa idéia é dar livros de presente no Natal e nos aniversários e possuir uma biblioteca aberta a todos os membros da família. Há uma grande diferença entre ler porque a leitura é obrigatória para o estudo e ler por prazer ou educação. É importante estimular a leitura na criança como uma experiência valiosa e prazerosa. Isso será uma grande fonte de satisfação tanto para as crianças quanto para os adultos que as acompanharem nesta aventura.
Pesquisas Barsa
Fonte : Miniweb
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“Quem lê constrói sua própria ciência” (João Álvaro Ruiz)
A leitura tem importância fundamental na vida das pessoas. A necessidade de muita leitura está posto entre todos, haja vista, que propicia a obtenção de informações em relação a qualquer contexto e área do conhecimento, assim como, pode constituir-se em fonte de entretenimento. Para uns, atividade prazerosa, para outros, um desafio a conquistar. Urge compreender que a técnica da leitura garante um estudo eficiente, quando aplicada qualitativamente.O que é ler? Qual a importância da leitura? Quais procedimentos práticos para uma leitura eficiente? Questões óbvias, que pela sua evidência pouco são problematizadas. Etimologicamente, ler deriva do latim “lego/legere”, que significa recolher, apanhar, escolher, captar com os olhos. Nesta reflexão, enfatizamos a leitura da palavra escrita. No entanto, entendemos, com Luckesi (2003, p. 119) que “[...] a leitura, para atender o seu pleno sentido e significado, deve, intencionalmente, referir-se à realidade. Caso contrário, ela será um processo mecânico de decodificação de símbolos”. Logo, todo o ser humano é capaz de ler e lê efetivamente. Destarte, tanto lê o conhecedor dos signos lingüísticos/gramaticais, quanto o camponês, “não letrado”, que, observando a natureza, prevê o sol ou a chuva. É mister, primeiramente, frisar que a leitura é mutíssimo importante, pois “[...] amplia e integra conhecimentos [...], abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência [...]” (RUIZ, 2002, p. 35).Investigações atestam que o sucesso nas carreiras e atividades na atualidade, relacionam-se, estreitamente, com a hábito da leitura proveitosa, pois além de aprofundar estudos, possibilita a aquisição dos conhecimentos produzidos e sistematizados historicamente pela humanidade. O objetivo maior ao proceder à leitura de uma determinada obra consiste em “[...] aprender, entender e reter o que está lendo.” (MAGRO, 1979, p. 09). Por conseguinte, inquestionavelmente, a leitura é uma prática que requer aprendizagem para tal e, sem sombra de dúvida, uma atividade ainda pouco desenvolvida. Neste particular, Salomon (2004, p. 54) enfatiza que “a leitura não é simplesmente o ato de ler. É uma questão de hábito ou aprendizagem [...]”. Além do incentivo e à promoção de espaços permanentes de leitura é preciso criar o prazer para este ofício. O deleite advindo da leitura não se conquista num passe de mágica, espontaneamente. Requer opção, atitudes coerentes e pertinentes ao objetivo proposto. Dmitruk (2001, p. 41) afirma, convictamente, que “[...] não importa tanto o quanto se lê, mas como se lê. A leitura requer atenção, intenção, reflexão, espírito crítico, análise e síntese; o que possibilita desenvolver a capacidade de pensar.” Indubitavelmente, é preciso saber ler, ler muito e ler bem. Considerando apropriações de estudos realizados com o intuito em aperfeiçoar o hábito de leitura, elencamos alguns aspectos e/ou habilidades que julgamos pertinentes, nesta perspectiva:
1º - Ler com objetivo determinado, isto é ter uma finalidade. Saber por que se está lendo;
2° - Ler unidades de pensamento e não palavras por palavras. Relacionar idéias;
3º - Ajustar a velocidade (ritmo) da leitura ao assunto, tema e/ou texto que está lendo:
4º - Avaliar o que se está lendo, perguntando pelo sentido, identificando a idéia central e seus fundamentos;
5º - Aprimorar o vocabulário esclarecendo termos e palavras “novas”. O dicionário é um recurso significativo. No entanto, palavras-chave, analisadas no contexto do próprio assunto em que são usadas, facilita a compreensão;
6º - Adotar habilidades para conhecer o livro, isto é, indagar pelo que trata determinada obra;
7º - Saber quando é conveniente ou não interromper uma leitura, bem como quando retomá-la;
8º - Discutir com colegas o que lê, centrando-se no valor objetivo do texto, visto que “o diálogo é a condição necessária para a indagação, para a intercomunicação, para a troca de saberes [...]” (ECCO, 2004, p. 80).
9º - Adquirir livros que são fundamentais (clássicos), zelando por uma biblioteca particular, assim como, freqüentar espaços e ambientes que contenham acervo literário, por exemplo, bibliotecas;
10º - Ler assuntos vários. Não estar condicionado a ler sempre a mesma espécie de assunto;
11º - Ler muito e sempre que possível;
12º - Considerar a leitura como uma atividade de vida, não desenvolvendo resistências ao hábito de ler.
As orientações supracitadas terão efeitos promissores, se observadas efetivamente, na prática, do contrário, não passam de mero palavreado. A leitura eficiente, depende de método. No entanto, incontestavelmente, o método está na dependência de quem o aplica. Não bastam somente boas intenções. São necessárias ações congruentes aos desígnios. É fundamental compreender que, na formação de cada cidadão bem como de um povo, a leitura é de máxima importância, representando um papel essencial, pois revela-se como uma das vias no processo de construção do conhecimento, como fonte de informação e formação cultural. Ademais, “ler é benéfico à saúde mental, pois é uma atividade Neuróbica. A atividade da leitura faz reforçar as conexões entre os neurônios. Para a mente, ainda não inventaram melhor exercício do que ler atentamente e refletir sobre o texto.” (WIKIPÉDIA, 2006, p. 01). O ato de ler é um exercício de indagação, de reflexão crítica, de entendimento, de captação de símbolos e sinais, de mensagens, de conteúdo, de informações... É um exercício de intercâmbio, uma vez que possibilita relações intelectuais e potencializa outras. Permite-nos a formação dos nossos próprios conceitos, explicações e entendimentos sobre realidades, elementos e/ou fenômenos com os quais defrontamo-nos.
REFERÊNCIAS DMITRUK, H. B. (Org.) Diretrizes de Metodologia Científica. 5. ed. Chapecó: Argos, 2001.ECCO, I. A prática educativa escolar problematizadora e contextualizada: uma vivência na disciplina de história. Erechim, RS: EdiFAPES, 2004.LUCHESI, C. C. (et. al.) Universidade: uma proposta metodológica. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2003.MAGRO, M. C. Estudar também se aprende. São Paulo: EPU, 1979. RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 5. ed. São Paulo: atlas, 2002.SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 11. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004. WIKIPÉDIA. Leitura. http:wikipedia.org/wiki/Leitura. Acessado em 08/04/2006
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