quinta-feira, 12 de abril de 2012

DA ESCRITA PRÉ-SILÁBICA À ESCRITA ALFABÉTICA

Situações didáticas envolvendo os níveis de escrita: Da escrita pré-silábica a escrita alfabética
Intervenções clínicas usando:
1. LETRAS
Letras do alfabeto: Jogos de alfabeto de materiais e tamanhos diferentes. Letras móveis para o/a aluno/a montar espontaneamente palavras. Bingo e memória de letras. Atividades de escrita com letras.
Nomeação e identificação: Criar tiras com o alfabeto e figuras para serem materiais de consulta.
Análise das formas posições das letras: Atividades de escrita para o/a aluno/a analisar, por exemplo, quantas pontas têm o H, quantas retas e utiliza no traçado do A, M, E, , quantas curvas temas letras C, P, etc.
Valor sonoro – relação letra/som: jogos de memória com figura e letra inicial. Bingo de figuras. Alfabeto vivo.
2. PALAVRAS
Nome próprio: Crachá com nome e foto ou desenho (auto-retrato feito pelo/a alfabetizando/a). Montar o nome com letras móveis. Bingo de nomes, de fotos e/ou auto-retrato. Dominó de nomes (letra inicial / nome). Painel de chamada com cartões de nomes.
Análise da lingüística da palavra: Letra inicial e final, número de letras, letras repetidas, vogal, consoante. Atividades de escrita com palavras.
Memorização de palavras significativas: Atividades de escrita. Listas de palavras.
Conservação da escrita de palavras: Atividades de escrita: complete, forca, enigma, “stop”, cruzadinha.Listas de palavras.
3. FRASES E TEXTOS
Sentido-direção da escrita: Produção coletiva de listas, receitas, bilhetes, recados, etc (sendo o/a professor/a o/a escriba). Ler para o/a alfabetizando/a (apontando sempre onde está lendo).
Vinculação do discurso oral com texto escrito: Leitura de história e reescrita espontânea individual ou produção coletiva. Escrita de história vivida pelos/as alunos/as.
Junção de letras na formação das sílabas: Listas de palavras. Atividades de escrita: complete, forca, enigma, “stop”, cruzadinha.
Intervenções de acordo com os níveis de hipóteses de Escrita
ESCRITA PRE-SILÁBICA
Iniciar pelos nomes dos/as alfabetizandoas escritos em crachás, listados no quadro e/ou em cartazes.
Trabalhar com textos conhecidos de memória, para ajudar na conservação da escrita.
Identificar o próprio nome e depois o de cada colega, percebendo que nomes maiores podem pertencer às crianças menores e vice-versa;
Organizar os nomes em ordem alfabética, ou em “galerias” ilustradas com retratos ou desenhos;
Criar jogos com os nomes: “lá vai a barquinha”, dominó, memória, boliche, bingo;
Fazer contagem das letras e confronto dos nomes;
Confeccionar gráficos de colunas com os nomes seriados em ordem de tamanho
(número de letras).
Fazer estas mesmas atividades utilizando palavras do universo dos/as alfabetizandos/ as: rótulos de produtos conhecidos ou recortes de revistas (propagandas, títulos, palavras conhecidas).
Classificar os nomes pelo som ou letra inicial, pelo número de letras, registrando-as.
Copiar palavras inteiras;
Contar número de letra ou palavra de uma frase;
Pintar intervalos entre as palavras;
Completar letras que faltam de uma palavra;
Ligar palavras ao número de letras e a letra inicial;
Circular ou marcar letra inicial ou final;
Circular ou marcar letras iguais ao seu nome ou palavra-chave.
Produção de textos, ditados, listas.
ESCRITA SILÁBICA
Fazer listas e ditados variados (de alfabetizandos/ as ausentes e/ou presentes, de livros de histórias, de ingredientes para uma receita, nomes de animais, questões para um projeto).
Trabalhar com textos conhecidos de memória, para ajudar na conservação da escrita.
Ditado de palavras do texto.
Análise oral e escrita do número de sílaba, sílaba inicial e final das palavras do texto.
Lista de palavras com a mesma silaba final ou inicial;
Escrever palavras dado a letra inicial;
Ligar desenho a primeira letra da palavra;
Usar jogos e brincadeiras (forca, cruzadinhas, caça-palavras);
Organizar supermercados e feiras; fazer “dicionário” ilustrado com as palavras aprendidas, diário da turma, relatórios de atividades ou projetos com ilustrações e legendas;
Propor atividades em dupla (um dita e outro escreve), para reescrita de notícias, histórias, pesquisas, canções, parlendas e trava-línguas.
Produção de textos, ditados, listas.
ESCRITA SILÁBICA ALFABÉTICA
·Ordenar frases do texto;
·Completar frases, palavras, sílabas e letras das palavras do texto;
·Dividir palavras em sílabas;
·Formar palavras apartir de sílabas;
·Ligar palavras ao número de sílabas;
·Produção de textos, ditados, listas.
ESCRITA ALFABÉTICA
Investir em conversas e debates diários.
Possibilitar o uso de estratégias de leitura, além da decodificação.
Considerar o “erro” como construtivo e parte do processo de aprendizagem.
Produção coletiva de diversos tipos de textos.
Análise lingüística das palavras.
Reescrita de texto (individual / coletiva).
Revisão de texto.
Atividades de escrita: complete, forca, enigma, stop, cruzadinha, lacunado, caça-palavra.
É de fundamental importância que o/a Psicopedagogo/a:
Iniciar o processo de alfabetização com textos que os/as alfabetizando/as conheçam de memória, para ajudar na conservação da escrita e na relação entre o escrito e o falado Ele/a deverá sugerir que as crianças acompanhem a leitura com o dedo, apontando palavra por palavra.
Trabalhar com modelos estáveis de escrita, como, por exemplo, lista de palavras do texto, para que se possa conservar a escrita.
Fazer sempre a análise e a reflexão lingüística das palavras, confrontando as hipóteses de escrita dos/as alfabetizandos/as com a escrita convencional, ou seja, entre o padrão oral e o padrão escrito.
Propiciar atos de leitura e escrita para as crianças para que elas aprendam ler lendo e a escrever escrevendo, por meio de atividades significativas e contextualizadas. Elas deverão ler textos mesmo quando ainda não sabem ler convencionalmente, apoiando-se inicialmente na memória e ilustração.
Trabalhar em pequenas equipes, agrupando os/as alfabetizandos/as conforme os níveis próximos de escrita. Isto garante que crianças com diferentes níveis possam confrontar suas hipóteses, gerando conflitos cognitivos e avanços conceituais.
Propor atividades, por meio de situações problemas, que as crianças possam resolver e colocar em jogo o que sabem, para aprender o que ainda não sabem. Isto garantirá o trabalho com a auto-estima e o autoconceito dos/as alfabetizandos/as, que são imprescindíveis para o processo de aprendizagem. Porém, evitar que crianças com o mesmo nível de escrita sejam agrupadas entre si, já que a intenção do agrupamento heterogêneo é interação e a troca de conhecimentos entre os/as alfabetizandos/as com diferentes hipóteses de escrita.
Na sala de atendimento deve conter: cartazes com o alfabeto escrito em letras maiúsculas e minúsculas, cursiva e bastão; só com as vogais, só com as consoantes; com os números; com o nome da escola e do/a professor/a; Listas com os nomes dos/as alfabetizandos/as, dos/as aniversariantes, palavras, frases e textos (que circulam socialmente) trabalhados. Em outras palavras, fazer da sala de aula um ambiente rico em atos de leitura e escrita, que é propício para a alfabetizar letrando, isto é, ensinar ler e escrever por meio das práticas sociais de leitura e escrita.
REFERENCIAS:
BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC, 1997.
FERREIRO, Emilia e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
KAUFMAN, Ana Maria & RODRIGUEZ, M.H. Escola, Leitura e Produção de Textos. Porto Alegre: Artmed Editora.
TEBEROSKY, Ana. Psicopedagogia da linguagem escrita. Campinas. Editora Trajetória Cultural/UNICAMP.
TEBEROSKY, Ana e TOLCHINSKY, Liliana (org.). Além da Alfabetização. A aprendizagem Fonológica, Ortográfica, Textual e Matemática. São Paulo: Editora Ática, 2002.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA – SMEC
COORDENAÇÃO DE ENSINO E APOIO PEDAGÓGICO – CENAP

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