Hipótese
pré-silábica
· A criança não registra traços no
papel com a intenção de realizar o registro sonoro do que foi proposto para a
escrita
Nível 1 – Escrita
indiferenciada
· Baixa diferenciação entre a grafia
de uma palavra e outra;
· Traços semelhantes entre si;
· Traços descontínuos – se a criança
tem maior contato com letras de imprensa;
· Traços contínuos – se a criança tem
mais contato com a escrita com letra cursiva;
· O que diferencia uma palavra da
outra é a intenção do produtor, portanto, a interpretação só poderá ser feita
por quem escreveu;
· Muitas vezes a criança não consegue
identificar o que escreveu – leitura instável;
· Costumam grafar palavras de acordo
com o tamanho do que está representando;
Algumas vezes usam
como estratégia o pareamento de desenhos com as palavras – para po· poder ler com mais segurança – mas
também pode caracterizar uma certa insegurança ao decidir que letras deva usar.
Essa dificuldade acontece porque ainda não compreendem a função da escrita e
confundem o que é escrita com desenhos.
Nível 2 – Diferenciação
da escrita
· A característica principal das
escritas desse nível é a tentativa sistemática de criar diferenciações entre os
grafismos produzidos; mas a escrita continua não analisável em partes levando a
criança a interpretá-la globalmente;
· Hipótese da quantidade mínima de
caracteres e a necessidade de variá-los;
· Já possuem a intenção de objetivar
as diferenças do significados das palavras;
· Arranjam as letras que conhecem –
por poucas que sejam
· Na figura abaixo, Bárbara demonstra
notável aquisição cognitiva quando arranja as 6 letras que conhece
(I-E-A-F-L-P) de forma a representar as palavras sugeridas
· Nesta idade ainda não tem mecanismo
para comparar palavras que não estejam próximas.
· Neste nível poderá ter se apropriado
de algumas escritas estáveis – principalmente do próprio nome
Hipótese silábica
· A criança inicia a tentativa de
estabelecer relações entre o contexto sonoro da linguagem e o contexto gráfico
do registro;
· A estratégia da criança é a de
atribuir a cada letra ou marca escrita o registro de uma sílaba falada; essa
marca poderá ser uma letra (com valor sonoro convencional ou não), pseudoletra,
número;
· A criança começa a perceber que a
escrita representa partes sonoras da fala;
· Conflito, principalmente quando tem
que escrever palavras monossílabas – para eles é necessário um número mínimo de
letras para cada palavra;
· Muitas vezes enxertam letras no meio
ou final das palavras para que possa parecer estar escrito uma palavra correta;
· Não é necessário empregar o valor
sonoro convencional das letras – P poderá representar a sílaba BA,
por exemplo.
· Esse conflito (número mínimo de letra),
acaba por ser deixado de lado, num determinado momento da evolução da criança
predominando apenas a lógica da hipótese silábica .
Hipótese silábico-alfabética
· Neste nível a criança utiliza a
hipótese silábica e alfabética da escrita, ao mesmo tempo -
momento de transição: a criança não abandonou a hipótese anterior, mas já
ensaia novos avanços.
· Esses avanços só podem ocorrer se
forem oferecidas informações às crianças através de formas fixas que permitam o
refinamento da aprendizagem do valor sonoro convencional das letras e das
oportunidades de comparar os diversos modos de interpretação da mesma escrita.
Hipótese alfabética
· Aqui a criança já venceu todos os
obstáculos conceituais para a compreensão da escrita – cada um dos caracteres
da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba – e realiza
sistematicamente uma análise sonora dos fonemas das palavras que vai escrever.
· Não há a superação total dos
problemas – ainda não domina as regras normativas da ortografia.
· Nesta produção, a criança dominou o
código da escrita, mas não as regras ortográficas – perceba que ela não teve
medo de escrever, o que não ocorre com a maioria das crianças quando iniciam a
escolaridade;
· Essa inconstância com a ortografia
não é permanente e a superação das falas depende de ensino sistemático, já que
não são dedutíveis como a construção da escrita.
Observações Importantes
· O tempo necessário para avançar de
um nível para outro varia muito.
· A evolução pode ser facilitada pela
atuação significativa do educador, sempre atento às necessidades observadas no
desempenho de cada estudante, organizando atividades adequadas e colocando,
oportunamente, os conflitos que conduzirão ao nível seguinte.
· O uso da metodologia contrastiva,
permitindo que a criança confronte sua hipótese de escrita com a forma padrão
(nos diversos materiais de leitura já conhecidos) são um importante recurso
para a estabilização da escrita ortográfica.
· A sistematização do processo de
alfabetização se dará ao longo dos anos subsequentes.
· Na medida em que a criança adquire
segurança no contato prazeroso, contextualizado e significativo com a língua
escrita, sua leitura torna-se mais fluente e compreensiva.
· Por meio da leitura, o estudante
assimila, aos poucos, as convenções ortográficas e gramaticais, adquirindo
competência escritora compatível com as exigências da escrita socialmente
aceita.
· Desenvolve-se, assim, o gosto e o
interesse pela leitura e a habilidade de inferir, interpretar e extrapolar as
idéias do autor, formando-se o leitor crítico.
Importância da sondagem
É por meio
da sondagem que o professor poderá conhecer as hipóteses das crianças sobre a
língua escrita e dessa forma planejar as atividades, organizar as duplas e os
grupos de acordo com as necessidades de cada criança. A sondagem é uma
atividade essencial para que o professor conheça o quê e como cada criança está
pensando. Deve ser feita individualmente e sempre com palavras e atividades
inéditas.
Þ
Palavras de um mesmo campo
semântico (animais da floresta, doces, frutas, material escolar...)
Þ
1 palavra polissílaba - 1
palavra trissílaba - 1 palavra dissílaba - 1 palavra monossílaba - 1 frase com
uma das palavras ditadas.
A sondagem
deve ser feita com uma certa regularidade, uma vez a cada 15 dias ou uma vez
por mês, para que o professor possa acompanhar as etapas de cada criança. Neste
caso, o professor não deve interferir na escrita da criança.
Agrupamentos significativos:
Pré-silábicos
com silábicos
Silábicos
s/ valor sonoro com silábicos c/ valor sonoro
Silábicos
com valor sonoro com silábicos alfabéticos
Silábicos
alfabéticos com alfabéticos (ortográficos ou não)
Alfabéticos
não ortográficos com alfabéticos ortográficos
Sugestões de atividades
para o nível pré silábico
• iniciar pelos nomes das crianças escritos
em crachás, listados no quadro ou em cartazes;
•identificar
o próprio nome e depois o de cada colega, percebendo que nomes maiores podem
pertencer às crianças menores e vice-versa;
•classificar
os nomes pelo som inicial ou por outros critérios;
•organizar
os nomes em ordem alfabética, ou em “galerias” ilustradas com retratos ou
desenhos;
•criar jogos com os nomes (“lá vai a barquinha”, dominó,
memória, boliche, bingo);
•fazer
contagem das letras e confronto dos nomes; confeccionar gráficos de colunas com
os nomes seriados em ordem de tamanho (número de letras).
•Fazer
estas mesmas atividades utilizando palavras do universo dos alunos: rótulos de
produtos conhecidos ou recortes de revistas (propagandas, títulos, palavras
conhecidas).
Atividades para nível silábico em
diante:
•fazer
listas e ditados variados (de estudantes ausentes/ presentes, livros de
histórias, ingredientes para uma receita, nomes de animais, questões para um
projeto);
•usar jogos
e brincadeiras (forca, cruzadinhas, caça-palavras);
•organizar
supermercados e feiras; fazer “dicionário” ilustrado com as palavras
aprendidas, diário da turma, relatórios de atividades ou projetos com
ilustrações e legendas;
• propor
atividades em dupla (um dita e outro escreve), para reescrita de notícias,
histórias, pesquisas, canções, parlendas e trava-línguas.
Descubra para que nível
são esses jogos
1-
Jogo dos 7 erros:
a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, substitui uma letra por
outra que não faça parte da palavra. A criança deve localizar essas 7
substituição.
2-
Jogo dos 7 erros:
a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, inverte a ordem de 2
letras (ex: cachorro – cachroro). A criança deve achar esses 7 erros.
3-
Jogo dos 7 erros:
a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, omite uma letra. O aluno
deve localizar os 7 erros.
4-
Jogo dos 7 erros:
a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, acrescenta 1 letra que não
existe. A criança deve localizar quais são elas.
5-
Jogo dos 7 erros:
a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e substitui 7
palavras por outras, que não façam parte do texto. O aluno deve achar quais são
elas.
6-
Jogo dos 7 erros:
a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e omite 7 palavras.
O aluno deve descobrir quais são elas.
7-
Jogo dos 7 erros:
a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e inverte a ordem
de 7 palavras. O aluno deve localizar essas inversões.
8-
Jogo dos 7 erros:
a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e acrescenta 7
palavras que não façam parte dele. A criança deve localizar quais são elas.
9-
Caça palavras:
a profª monta o quadro e dá só uma pista: “Ache 5 nomes de animais” por
exemplo.
10-
Caça palavras:
a profª monta o quadro e escreve, ao lado, as palavras que o aluno deve achar.
11-
Caça palavras no texto:
a profª dá um texto ao aluno e destaca palavras a serem encontradas por ele,
dentro do texto.
12-
Jogo da memória:
o par deve ser composto pela escrita da mesma palavra nas duas peças, sendo uma
em letra bastão, e a outra, cursiva.
13-
Jogo da memória:
o par deve ser idêntico e, em ambas as peças, deve haver a figura acompanhada
do nome.
14-
Jogo da memória:
o par deve ser composto por uma peça contendo a figura, e a outra, o seu nome.
15-
Cruzadinha: A
profª monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a
criança pôr o nome. Mas, para ajudá-las, faz uma tabela com todas as palavras
da cruzadinha em ordem aleatória. Assim, a criança consulta a tabela e
“descobre” quais são os nomes pelo número de letras, letra inicial, final, etc.
16-
Cruzadinha: A
profª monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a
criança pôr o nome. Mas, para ajudá-las, faz um quadro com todos os desenhos e
seus respectivos nomes, para que a criança só precise copiá-los, letra a letra.
17-
Cruzadinha: A
profª monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a
criança escreva seus nomes.
18-
Bingo de letras:
as cartelas devem conter letras variadas. Algumas podem conter só letras do
tipo bastão; as outras, somente cursivas; e outras, letras dos dois tipos,
misturadas.
19-
Bingo de palavras:
as cartelas devem conter palavras variadas. Algumas podem conter só palavras do
tipo bastão; as outras, somente cursivas; e outras, letras dos dois tipos.
20-
Bingo: a profª
deve eleger uma palavra iniciada por cada letra do alfabeto e distribuí-las,
aleatoriamente, entre as cartelas. (+/- 6 palavras por cartela). A profª
sorteia a letra e o aluno assinala a palavra sorteada por ela.
21-
Bingo: as
cartelas devem conter letras variadas. A profª dita palavras e a criança deve
procurar, em sua cartela, a inicial da palavra ditada.
22-
Quebra cabeça de rótulos:
a profª monta quebra cabeças de rótulos e logomarcas conhecidas e, na hora de
montar, estimula a criança a pensar sobre a “ordem das letras”
23-
Dominó de palavras:
em cada parte da peça deve estar uma palavra, com a respectiva ilustração.
24-
Ache o estranho:
a profª recorta, de revistas, rótulos, logomarcas, embalagens, etc. Agrupa-os
por categoria, deixando sempre um “estranho” (ex: 3 alimentos e um produto de
limpeza; 4 coisas geladas e 1 quente; 3 marcas começadas por “A” e uma por “J”;
4 marcas com 3 letras e 1 com 10, etc.) Cola cada grupo em uma folha, e pede ao
aluno para achar o estranho.
25-
Procure seu irmão:
os pares devem ser um rótulo ou logomarca conhecidos e, seu respectivo nome, em
letra bastão.
26-
“Procure seu irmão”:
os pares devem ser uma figura e sua respectiva inicial.
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